A Fórmula 1 está ficando chata?
Um dos comentários mais comum sobre a Fórmula 1 nos últimos anos é que ela está ficando chata.
Tal alegação teria fundamento ou é apenas uma percepção momentânea?
O primeiro motivo pelo qual a categoria pode estar sendo considerada chata por um grande grupo de pessoas é algo que ronda as corridas há décadas, a dominância de um carro bom aliado a um piloto igualmente bom.
Verstappen atingiu o seu terceiro título, mas antes dele a F1 conheceu outros grandes campeões que dominaram a categoria, como Hamilton e Schumacher.
Penso que este motivo irá perseguir a Fórmula 1 para todo o sempre, nós teremos morrido e algum piloto dominante estará deixando as corridas "chatas" para algumas pessoas. Esse tipo de fã eventualmente volta a assistir quando o piloto que ele não gosta para de dominar as corridas.
A Fórmula 1 e os prejuízos milionários
Não é segredo para ninguém que é comum que a maioria das equipes acumulem prejuízos monumentais. F1 é uma competição de carros voltada para a tecnologia e os testes custam muito dinheiro.
É por este motivo que para estar no circo da F1, é necessário estar montado na grana, fazendo do esporte um lugar ideal para a elite financeira do mundo torrar dólares.
Apesar de muitos ricaços gostarem de ostentar até mesmo as perdas brincando de correr, outros gostam mesmo é de colocar grana no bolso, foi assim que a Fórmula 1 foi vendida em 2016 para a Liberty Media.
A Liberty Media e o modo americano de trabalhar
Apesar de abrigar pilotos do mundo inteiro, a F1 é tradicionalmente inglesa, focando seus esforços em uma competição acirrada, mas também na elegância costumeira dos ingleses.
Ao ser abrigada no guarda-chuva da Liberty Media, a F1 lançou a série Drive to Survive, um verdadeiro drama que trouxe uma enxurrada de novos fãs para a categoria. A série da Netflix pode até parecer documental, mas é evidente que ela coloca pilotos e diretores como heróis e vilões ao bel prazer de quem comanda o show.
No campo das corridas, os Estados Unidos da América hoje acumulam 3 etapas da F1 em 2023 e não duvide se surgirem mais num futuro próximo, o que tem sido financeiramente positivo para a Liberty Media e, obviamente, para o circo da Fórmula 1, que tem batido recordes financeiros e de público.
O efeito colateral do "showtime"
Pilotos de corrida costumam ser muito objetivos, afinal, após horas rodando com um carro a mais de 250km/h, o que eles mais querem é descansar.
Este costume até que é bem respeitado ao redor do mundo, mas nos Estados Unidos o que manda é o show, os pilotos precisam fazer horas de fotos, entrevistas e outras atividades para gerar engajamento e dinheiro.
É por essas práticas que momentos constrangedores como Bruce Buffer anunciando Sergio Perez que não sabia o que fazer surgem.
Para os fãs mais saudosos, isso está deixando a categoria um tanto enfadonha, mas acredito que seja apenas questão de costume, uma vez que, convenhamos, receber por aquilo que produzimos é totalmente justo e a categoria mais importante do automobilismo precisa conseguir se pagar.
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